O Roberto nem sequer se desculpou quando cancelou. “Você vai sozinha, aproveita”, disse, como se eu fosse passar cinco dias tricotando na varanda. Quinze anos de casamento e ele ainda não entendia que eu não era a mesma mulher submissa de quinze anos atrás.
O navio era luxuoso, cheio de casais apaixonados e grupos de amigos bebendo até cair. Eu? Estava sozinha, com um vestido que meu marido nem notaria e um tesão acumulado de meses.
Nos dois primeiros dias, explorei cada canto do cruzeiro. Piscinas, bares, spas. Tentei me distrair. Mas toda vez que via um casal se beijando, ou ouvia um gemido abafado vindo da cabine ao lado, meu corpo reagia. Eu me tocava à noite, imaginando mãos que não eram as do Roberto me tocando, mas nunca era o suficiente. Continue lendo Acabei traindo numa viagem de cruzeiro…