Amizade mais do que colorida

Eu estava em casa dormindo quando o meu celular tocou. Ao pegar o aparelho vi que era a minha amiga quem estava ligando. Com os olhos ainda embaçados, eu atendi:
– Alô? – minha voz estava um pouco rouca – Júlia, eu estava dormindo, e você me acordou.
– Você sabe que horas são? Já são 2 h da tarde. Lembra-se que marcou de fazer um trabalho comigo, hoje as 1 h da tarde? Provavelmente não lembra. Deve ter ido para a balada, com certeza tomou todas e transou com alguma garota pior que você.
Aquela exaltação só queria dizer uma coisa: ”‘ciúme’”.


– Nossa Júlia, está de mau humor?
Ouve um breve silêncio e em seguida a resposta.
– Não, estou supercontente por ter um amigo irresponsável e que não leva nada a sério.
– Não conhecia esse seu lado irônico.
– Vai se catar, Eduardo. – disse ela claramente irritada.
– Também te amo.
– Vê se não esquece de passar aqui em casa à noite para colocar o seu nome no trabalho.
– Eu passo sim. Coloca uma lingerie bem bonita.
– Vai se ferrar, Eduardo.
Ela desligou na minha cara.

7 horas da noite. Cheguei em frente a casa de Júlia e estacionei a moto, uma S1000, do outro lado da rua. Abri o portão, pois ela sempre deixava aberto quando sabia que eu chegaria. E entrei. Subi a escada e fui direto para o quarto dela. A porta estava entreaberta, eu me aproximei devagar e lá estava a cena: ela estava deitada totalmente nua, com as pernas abertas e se masturbando com um vibrador dourado. Ela gemia e se contorcia de prazer enquanto gritava o meu nome. A essas alturas o meu pau já estava latejando sob a calça jeans.
Depois de apreciar a cena por um tempo escancarei a porta.
– Bonito, a dona certinha também cede aos prazeres carnais.
Em um sobressalto, ela se cobriu rapidamente com um lençol. Ainda havia desejo em seus olhos, mas ela tentou disfarçar.
– O que você está fazendo aqui? – Questionou ela.
– Você me chamou, não lembra? Pensei que era só eu quem esquecia os compromissos – eu ria me divertindo com a cena.
– Não tem graça nenhuma, idiota.
Eu me aproximei e sentei na cama.
– Por que você não joga limpo consigo mesma?
Ela não disse nada.
– Eu sei o que você quer, e você sabe o que quer – enquanto dizia essas palavras puxei o lençol que a envolvia, revelando o seu lindo corpo nu.
– E o que eu quero? – ela perguntou em tom de provocação.
– Você me quer dentro de você, é isso o que você quer. Você me chamou aqui por um motivo e não foi colocar o nome no trabalho. E não faz essa cara de ofendida que eu sei que você está querendo isso a muito tempo.
– Você é muito convencido, não é mesmo? Você acha que toda garota quer dar…
Antes dela terminar a frase, eu a beijei. Foi um beijo longo e intenso, daqueles que atiçam os sentidos.
– O que está fazendo? Ficou louco?
Quando ela fez menção a protestar novamente, eu me deitei sobre ela e a beijei de novo. Foi um beijo voraz e demorado, minha boca estava sedenta pela boca dela. Nossas línguas dançavam em sincronia, minhas mãos percorriam o corpo dela freneticamente, como se a minha vida dependesse de tocá-la.
Quando por um instante, mudei o foco da boca dela para os seus olhos, fitando-a, analisando-a, eu vi apenas uma coisa dentro daqueles lindos olhos verdes: ” desejo. “
Depois de beijá-la por alguns minutos, eu abri o zíper da calça e a preenchi com vontade. Ela gemeu em resposta, e cravou as unhas nas minhas costas
– Seu louco, você nem colocou camisinha – disse ela em meio aos gemidos.
– Relaxa. – eu disse.
A vagina dela era quente, aveludada e estava com fome. Eu tinha que alimentá-la. Estabeleci um ritmo lento, minha intenção era fazê-la sentir cada centímetro do meu membro a invadindo. Eu intercalava beijos, e chupadas nos seus peitos. Sugava, passava a língua de forma circular pela aréola, mordiscava e a sentia estremecer sob o meu corpo.
Eu aumentei o ritmo quando ela começou a se contorcer. Não demorou muito, o grito ecoou pelo quarto. Ela debatia-se como se o orgasmo fosse uma sensação nova, com a qual ela não sabia lidar. Agora era a minha vez. Comecei a dar estocadas mais fortes, cada vez mais fundo, eu mergulhava, naquela vagina que era quente, suculenta e apertada. Eu soltei todo o meu peso sobre o corpo dela e aos poucos o meu pau foi amolecendo dentro dela. Eu tinha acabado de gozar.
Saí de cima dela, coloquei o pau pra dentro da calça e sorrindo disse:
– Não precisa se preocupar, eu fiz vasectomia.
– E agora? – disse ela confusa. – Não era para isso ter acontecido.
– Por que não? Você queria, eu também queria. Não vejo motivos para não ter acontecido.
– Pois eu vejo vários motivos para não ter acontecido. Você é irresponsável, galinha, inconsequente, egoísta e muito mais. E eu não sou mais uma de suas conquistas.
– Será que você vê alguma coisa boa em mim? Eu posso ser tudo isso o que você falou, mas quando você precisa, eu sempre estou lá, então, se você é boa demais pra mim, sinto muito. E não, você não é mais uma de minhas conquistas. Você é a garota que eu amo.
Aquelas palavras pesaram toneladas sobre ela, e o impacto que elas causaram, foi semelhante ao de um tiro.
Saí do quarto apressado sem olhar para trás, desci a escada de dois em dois degraus, atravessei a rua e montei na minha moto. Enfiei a mão no bolso para pegar a chave, mas não havia nada, o bolso estava vazio.
– Droga.
Dei um soco no tanque da moto e outro, e mais outro. Foi quando Uma voz tirou-me do meu momento de fúria e me trouxe novamente para a realidade. Eu tinha acabado de dizer que amava uma garota, eu nunca havia feito isso, mas não faria se não fosse verdade.
– Você deixou cair no meu quarto – disse Júlia estendendo à mão para me entregar a chave – Desculpa pelo que eu falei. É que às vezes, você me tira do sério.
– Esse é um dos meus talentos.
Júlia sorriu.
– Você estava falando sério quando disse que me amava?
– Eu sempre tive tudo. Dinheiro, carros, motos e mulheres, mas isso nunca me fez feliz de verdade, sabe o porquê? Porque é difícil saber quem realmente está do seu lado por gostar de você e quem só está por interesse. As pessoas puxam o meu saco, falam o que eu quero ouvir, me bajulam pelo simples fato de eu ter um alto poder aquisitivo. Mas eis que surge uma baixinha de cabelos louros, olhos verdes e com uma língua mais afiada do que uma Katana japonesa. Ela fala o que realmente pensa sobre mim, me dá conselhos, me xinga, cuida de mim. – com o polegar, enxuguei uma lágrima que lentamente escorria pelo rosto dela – Você é tudo o que eu tenho, Júlia. Eu estava falando mais do que sério quando disse que te amo. E você, o que sente por mim?
– O que eu sinto por você? Raiva, vontade de te matar, resumindo, eu sou louca por você. – Ela esticou o braço novamente para me entregar a chave – Pega logo, já estou com cãimbra no braço.
Nesse momento, eu a segurei pelo pulso puxando-a para mim. Só fiquei fitando aqueles olhos, hipnotizado pelo verde vibrante que emanavam deles, como se fossem duas esmeraldas de valor inestimável. Momentos depois, a voz de Júlia quebrou o transe e me trouxe de volta para a realidade.
– Essa é nova? – disse ela apontando para a moto.
– Sim, vamos dar uma volta?
– Claro, mas não corre muito.
– Sobe aí. – eu disse entregando a ela um capacete.
Com agilidade, ela subiu na garupa da moto e segurou na minha cintura apertando forte.
Eu girei a chave na ignição e o motor ligou com um rugido, como um monstro que acabara de acordar.
– Pronta? – eu perguntei.
– Não, mas vamos lá. – ela respondeu.

FIM.

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