A educadora

Meu nome é Daniela T., tenho 44 anos e sou uma mulher linda com longos cabelos castanho-claro, seios médios e uma bunda redonda.
Escrever sobre mim não é algo tão difícil assim. Sou uma pessoa simples e dou muito valor aos sentimentos, traços fundamentais dos nativos de Escorpião. Sou uma mistura de culturas: papai, como o chamo até hoje, é filho de italianos e mamãe, que já descansa em Deus desde os meus 18 anos, é filha de português com indígena. Nasci na cidade de Caieiras, na Grande São Paulo, em uma madrugada de primavera. Sou a única menina do casal e tenho um irmão um ano mais novo que eu. Ainda na infância, conheci os primeiros palcos da vida como membro da Escola de Bailado de São Paulo. Naquela época, meu projeto era ser uma grande bailarina, mas cresci e mudei completamente meu rumo. Estudei Educação Física e me formei em Pedagogia, com complementação em Psicologia Educacional e Especialização em Gestão Educacional.
Casei-me muito jovem. Tenho três filhos maravilhosos: a Isa, Raul e o Gabi.
O meu drama teve início em 11 de março de 2005, quando foi vítima de um ato de barbárie, durante uma rebelião na antiga Febem de Franco da Rocha. Eu tinha 29 anos e trabalhava como educadora na unidade há menos de três meses.
Um dia antes dos fatos alguns menores, também internos do local, como líderes do movimento iniciaram um motim, iniciando a destruição de salas, computadores, vidraças etc. E, ao amanhecer, quando eu e meu collega Ângela, e o funcionário Antônio, chegamos no local para trabalhar, depararamos com a rebelião que já estava sendo reprimida pela tropa de choque da polícia militar. Alguns internos rebelados propuseram que nos ingressassem na unidade para evitar a ação violenta dos policiais. Assim, nós três, na companhia de meu marido Humberto, que também trabalha na unidade, adentramos no local. Ocorre que, no período da tarde, algunos menores e demais internos, com armas brancas, nos impediram de deixar o local, mantendo-nos em cárcere privado, e subjugaram Humberto e Antônio, conduzindo-os até o portão principal como reféns, para ser utilizados como “escudo humano” no caso de reação policial. Então quatro jovens, que eu conhecia com o nome de David, Gleidson, Ronaldo e Diego, voltaram a atenção para mim e Ângela.
Na sequência, Ângela foi constrangida a masturbar Ronaldo, de 18 anos, e Diego, de 17 anos, e a beijá-los.
Já eu foi encaminhada por David, de 18 anos, até um quarto, onde sob ameaças de matar o meu marido, obrigou-me a tirar a roupa.

Eu tirai primeiro o avental branco. Depois o sapato, a calça e a calcinha. Pedi a David que deixasse me ficar de blusa porque queria poder olhar meu corpo de novo quando tudo aquilo terminasse. Então eu deitei no colchonete, abri as pernas e David iniciou a lamber minha vagina.
Enquanto eu recebia sexo oral por David, Gleidson,de 17 anos, vigiava a porta de entrada.
Depois David deitou-se sobre mi e me penetrou devagar, muito lentamente, porém fundo.
Eu não chorei. De tempos em tempos, enquanto me estuprava, David voltava ao assunto:
– Mas a senhora não está fazendo nada que não quer, né? Não estou a fim de me ferrar na Justiça…
Eu dissimulava, balançava a cabeça, respondia o que o joven desejava escutar. Pedia que ele fosse logo, ‘porque é perigoso entrar alguém’.
David chegou ao orgasmo, sem camisinha e sem interromper o coito. Nesse momento, Gleidson entrou no quarto. Propôs ‘compartilhar a senhora’.
Eu permaneceu deitada. Gleidson me fez ficar de quatro, se posicionou atras de mim e me penetrou, embora avisasse que não iria ‘zoar muito porque a senhora é crente’.
– Eu estou tão cansada, por que vocês estão fazendo isso comigo?
– Porque a gente gosta de mulher séria – respondeu Gleidson.
Enquanto Gleidson me penetrava, Ronaldo e Diego chegaram ao local. Ronaldo se posicionou na minha frente e puxou fora seu pênis. Ele abaixou minha cabeça, colocou seu pênis na minha boca e eu começou a chupa-lo.
Depois de alguns minutos, Gleidson gozou na minha vagina e Ronaldo se posicionou atras de mim. Ele me penetrou enquanto foi forçada a chupar o pênis de Diego.
Eu foi salva por um quinto adolescente. Ele simulou que ia estuprá-me, mas acabou por ajudá-me a fugir da sala. Me levou junto aos demais funcionários e lá permanecei até o ingresso da tropa de choque.
De lá para cá, eu vivei um drama que culminou na semidestruição da estrutura familiar. Eu me divorciei do meu marido Humberto e atualmente estoi casada com Hernan G. e moro na Argentina com minha família.

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