O Primeiro Chifre a gente nunca esquece

Oi gente, estou de volta! Obrigado a todos que gostaram e comentaram na primeira parte desse conto. Quem se frustrou, não posso fazer nada, estou aqui para contar uma história real da minha vida, e na vida real não é como a maioria dos contos aqui do site. Dito isto, bora para a segunda parte…

Dois dias depois que saí da cidade de Flávia, fiz a prova do vestibular e regressei para a cidade onde eu morava com meus pais. Posso dizer que nosso relacionamento se divide em antes de nos conhecermos pessoalmente e depois. E, hoje vim contar o porque…

Após nosso encontro presencialmente, senti que Flávia foi ficando aos poucos cada vez mais distante. Se antes conversávamos sempre, agora nossas conversas estavam começando a se espaçar, mas, nada que a princípio tenha me alarmado. Como ela tinha o sonho de cursar Direito, e tendo em vista que o ensino que ela tinha recebido no interior era um pouco defasado, ela resolveu ingressar no cursinho.

O cursinho, assim como uma faculdade, abre nossos olhos para um mundo que nunca tínhamos imaginado existir. Quem vem de uma escola onde convive sempre com as mesmas pessoas, razoavelmente da mesma faixa etária e com os mesmos pensamentos e ideais, é como se fosse um outro universo. Conhecemos pessoas diferentes, com visões de mundo diferentes, de culturas diferentes, idades diferentes. É realmente fascinante.

Por morar em uma cidade minúscula do interior, não havia cursinhos na sua cidade. Por isso, ela precisava todos os dias se deslocar de ônibus para a cidade vizinha para estudar. Devido a isso, o único período que ela tinha disponível para estudar lá era a noite e sua aula começava 18h30 e terminava 22h30.

Foi no cursinho que Flávia conheceu o André. Ele era um rapaz mais velho (devia ter uns 25 anos na época), gostava de motos, inclusive fazia parte de um clube de moto da cidade, tinha os mesmos gostos musicais que Flávia, tinha 1,80 de altura, corpo musculoso, pele morena.

Como ela dizia estar batalhando pelo seu sonho de cursar uma faculdade, ela optou por não conversarmos enquanto estava na aula do cursinho. Muitas vezes, ela me mandava mensagem já depois de meia noite, dizendo estar voltando para casa. No início eu até aceitava, “ela está estudando, buscando um futuro”, eu pensava. Mas, com o passar do tempo e com o contato cada vez mais escasso, comecei a reclamar. E, assim, vieram as brigas.

– Flávia, eu não aguento mais isso. A gente não conversa mais!

– Você só fica me julgando ao invés de me apoiar!

– Não estou te julgando, estou falando a verdade!

– Cala a sua boca! Não vou deixar que um garotinho mimado como você faça eu perder meu futuro!

– Vai se fuder, Flávia!

– Vai você, seu machista ciumento escroto!

E, todo dia, era uma confusão. Já não tínhamos muito tempo para conversar, e o pouco que nos falávamos, era para brigar. O relacionamento foi se tornando um inferno, é verdade. Talvez por causa disso que ela cada vez mais ia falando menos comigo, e sempre chegava tarde em casa, eu pensava. Então, comecei a me culpar por brigar por besteira, “e daí que ela não está falando mais comigo igual antes? A situação mudou! Ela está estudando e isso é bom!”, eu pensava. Por isso, nem de longe eu queria terminar, afinal, eu a amava, e amava muito!

Alguns meses se passaram e o nosso relacionamento sempre na mesma. Ela até não queria mais fazer sexo virtual comigo, pois se dizia cansada por chegar em casa sempre tarde depois de um dia cansativo (vale lembrar que, nesse tempo, ela tinha 18 anos, mas ainda estava no último ano do Ensino Médio). Certo dia, chegou no meu whatsapp um áudio dela

– Ain André, para! Eu tenho namorado! – ela dizia. Sua voz estava bem manhosa, estilo aquelas menininhas que tem carinha de anjo, mas que aprontam tanto que nem o capeta acredita.

– QUE PORRA É ESSA? – eu peguntei (assim mesmo, em caixa alta)

Ela visualizou a mensagem, mas demorou para responder.

– Não começa! – foi tudo que ela disse.

Eu já estava cansado de brigar, não tinha mais saco para um relacionamento cheio de confusão. Além disso, no áudio ficava claro que, se ele tivesse dando alguma investida nela, ela estava negando e afirmando com todas as letras que tinha namorado. Isso era bom, não? Então, eu deixei passar e não fiz grande caso.

– Desculpa! Não quero brigar – foi tudo que eu disse.

– Tá bom amor! Agora eu vou me arrumar, pois preciso sair para pegar o ônibus.

Olhei no relógio, ainda eram 16h. Estava muito cedo para ela sair.

– Mas tá cedo, amor – eu disse

– É que meu grupinho vai se reunir para estudar lá na biblioteca do cursinho.

– Ah sim, tudo bem então.

Depois dessa hora, não recebi mais notícia dela a noite toda. Já era quase meia noite e meia quando ela disse que estava chegando em casa e que ia dormir, pois estava muito cansada. Ela falou que tinham estudado física e matemática, as duas matérias que ela era pior, e que estava com dor de cabeça.

– Tudo bem meu amor, boa noite!

– Boa noite – foi tudo que ela disse.

Aquela mensagem de áudio não saía da minha cabeça, mas eu já tinha me acostumado com a justificativa que eu tinha dado em minha cabeça para a minha consciência, então, nunca desconfiei do que estava realmente acontecendo. Como dizem, o corno é sempre o último a saber. Ou será que é o último a acreditar?

Algumas semanas depois, novamente chegou uma mensagem estranha para mim. Era uma foto dela só de lingerie com a legenda “Esse é um presente por ontem. Eu amei!”. Fiquei sem entender e começaram a voltar de novo aqueles pensamentos.

– Obrigado – eu disse – mas não entendi!

– Ah amor, é que você está sendo tão bom comigo, me deixando estudar em paz.

Fiquei feliz, mas ainda grilado. Para apagar qualquer suspeita da minha cabeça, resolvi descobrir pela internet o número do telefone do cursinho onde ela estudava. Liguei, uma tal de Andressa me atendeu

– Cursinho Passe Fácil, Andressa, como posso ajudar?

– Oi Andressa, meu nome é Naul, só gostaria de confirmar se vocês tem uma aluna chamada Flávia Conceição Silva.

– Desculpe senhor, não podemos passar esse tipo de informação por telefone.

– Por favor, é que ela está com um documento meu e disse que estaria aí para me devolver – eu precisei mentir, para ver se conseguia a informação que queria.

– Olha, a gente tinha uma aluna com esse nome, mas já tem uns dois meses que ela não vem mais para a aula, ela trancou a matrícula.

“Como assim?”, eu pensei.

– Você tem certeza? – insisti. Afinal, só podia ser algum engano.

– Sim, é o que consta em nosso sistema.

– Tá bom então, obrigado! – finalizei a chamada, segurando para não chorar ao telefone.

Depois que desliguei, caí em prantos!

– Amor, estou indo me arrumar para pegar o ônibus – ela me mandou mensagem. Eram 16h.

– PODE PARAR COM ESSA FARÇA! EU LIGUEI NO CURSINHO E DESCOBRI QUE VOCÊ NÃO PISA LÁ TEM MAIS DE MÊS!

Ela, novamente, visualizou a mensagem, mas não respondeu. E não falou nada o resto da tarde e da noite. No dia seguinte, acordei com uma mensagem dela que tinha sido enviada às 3h da manhã:

“É o seguinte: desde o dia que eu te conheci pessoalmente eu perdi completamente o interesse! Naquela hora que me esfreguei em você na sorveteria eu soube que esse seu pintinho de bebê não ia me dar prazer nunca! Nesse momento, estou voltando da casa do André! Tem 2 meses que ele me fode, e fode gostoso. Ele sim é um homem de verdade! Tem um pauzão grande e grosso, que me faz gozar tanto até quase ficar desidratada! Então, ou você aceita isso, ou nosso relacionamento termina aqui! Minha buceta é do André, e só do André, seu corno!”

Eu estava numa sinuca de bico: ou eu aceitava ser corno, ou a mulher que eu mais amava na vida ia embora. Naquele momento, eu respirei para tentar ser o mais racional possível. O que eu podia fazer? Nunca iria encontrar outra namorada tão magnífica quanto Flavinha…

– Bom dia, meu amor – eu mandei.

– Bom dia, meu corno rsrs Então, acho que se falou comigo é por que ainda me quer

– Só se você me contar tudinho o que aconteceu – eu disse.

– Ain, como você é safadinho rsrs…

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