Meu nome é Ana Cristina e Dora era a minha melhor amiga naqueles tempos. Ali, naquele início dos anos 1980, tínhamos 18 pra 19 anos e fazíamos sucesso com os homens. Ela morena, com um corpo espetacular, uns seios de fechar quarteirão, eu, loira, alta, magra, seios médias, bunda arrebitada e de olhos azuis. Dora morava numa cidade de Minas com o marido, o Marcelo, que também era meu amigo há alguns anos. Ela casou cedo com uma paixão avassaladora, mas o Marcelo valia a pena. Boa pinta, sensível, inteligente. Era uma cara na dele, tímido, mas muito boa gente.
Sempre quando ela vinha à nossa cidade, não nos desgrudávamos. Praia, festas, pedaladas … Estávamos sempre juntas matando saudades. Éramos bem íntimas e confidentes. Tudo ela me contava, e eu a ela. Das desilusões às coisas picantes. Suas histórias sexuais com o Marcelo, eu sabia de quase tudo, seja ao vivo ou pelas longas cartas que escrevíamos. É, nesse tempo, a gente escrevia longas cartas, de 5, 10 folhas. Cheia de desenhos, símbolos e coraçõezinhos.